Um jogo apoteótico e com um final dramático. Aos alemães,
não interessa. Com um gol marcado por Mário Götze aos oito minutos do segundo
tempo da prorrogação, a Alemanha conquistou o tetracampeonato da Copa do Mundo.
Agora, os bávaros se unem a Itália com o mesmo número de títulos.
A vitória e o título alemão acabam o jejum de 24 anos sem
levantar a taça, além de colocar fim a escrita de que um time europeu nunca
havia conquistado o título de campeão em solo sulamericano. Foi a terceira vez
que os dois países se enfrentaram em uma final do torneio, a decisão que mais
vezes ocorreu na história.
O confronto ainda desempatou a disputa entre alemães e
argentinos, já que em 1986 a taça ficou com os sul-americanos (vitória por 3 x
2) e em 1990 quem levou a melhor foram os europeus (1 x 0).
Emoção no 0 a 0
De olho no título de campeão mundial, as duas equipes
iniciaram a partida com propostas bem definidas. Alemanha dominava a posse de
bola, enquanto os argentinos marcavam forte no campo de ataque adversário e
esperavam pelo erro do rival para chegar ao gol.
E, ao menos a princípio, a estratégia do técnico Sabella se
mostrava melhor. Especialmente por contar com Messi. O camisa 10 aproveitou
bola do lado direito de ataque, se livrou do zagueiro Hummels em velocidade,
foi à linha de fundo e tocou para trás. A defesa alemã, bem postada, afastou o
perigo.
A jogada animou os argentinos que chegaram novamente, desta
vez com Pérez. O jogador bateu cruzado, mas não apareceu um pé para colocar a
bola para o jogo. Mas a melhor chance dos sulamericanos viria do pé de Híguain.
Atacante aproveitou desvio errado do meio de campo alemão, e diante do goleiro
Romero, chutou mal e mandou para fora. O grito de gol ainda sairia, após grande
jogada individual de Messi, que Híguain aproveitou para mandar para as redes,
mas árbitro assinalou o impedimento.
O domínio dos hermanos começava a se estabelecer, quando a
Alemanha acordou do sono profundo que a abatia em campo. Em contra-ataque, a
bola terminou nos pés de Schurrle que bateu de primeira para defesa de Romero.
A resposta veio imediatamente com Messi. Melhor em campo até então, o atacante
escapou dos defensores rivais e tocou na saída de Neuer, a bola não terminou no
gol graças a Boateng que se recuperou e mandou para longe o perigo.
Aquilo que não produziu durante a maior parte do primeiro
tempo veio nos minutos finais. Após saída errada, os alemães fizeram linha de
passe na entrada da área e a bola terminou nos pés de Kroos que chutou fraco,
nas mãos do goleiro. Em jogada seguinte, Muller cruzou na área e Klose não
acreditou e viu a bola passar diante de sua cabeça. No último lance, em
cobrança de escanteio, Howedes subiu mais alto e cabeceou para a bola explodir
na trave, antes do apito do intervalo.
Jogo duro
Ao contrário dos 45 minutos iniciais, de muitas chances, o
segundo tempo foi marcado pelo receio do gol. Apesar dos ataques não
descansarem na busca do primeiro gol do jogo, as defesas pareciam ter voltado
ainda mais ligadas. Sem vida fácil para ninguém, os atacantes tentavam superar
a forte barreira e o nervosismo que entrava em campo para jogar também no
segundo tempo. De um lado, Messi abusava da habilidade para tentar definir o
jogo. De outro, o coletivo alemão busca as laterais e os cruzamentos.
Sem mudança no placar, os técnicos tentavam mudar a
tendência de um empate. Uma a uma, os comandantes lançavam mão das
substituições. Os atacantes Schurrle e Gotze entraram para as vagas de Kramer e
Klose – este último saiu aplaudido por ter se tornado o maior goleador da
história das Copas. Entre argentinos, Aguero, Palacio e Gago foram a campo para
as saídas de Lavezzi, Híguain e Perez.
A Alemanha ainda tentou chegar ao gol para escapar da
prorrogação e esboçou um domínio no final da partida, mas sem a frieza comum ao
seu jogo, arrematou errado nas chances que tiveram e o árbitro apitou o fim do
tempo normal.
Prorrogação da Copa
E a Copa parecia não querer acabar. Autorizado mais 30
minutos de prorrogação com o empate em 0 a 0, a bola começou a rolar e a
Alemanha partiu para definir o resultado. Em jogada pelo lado esquerdo de
ataque que terminou com duplo arremate, parando na grande defesa de Romero e em
seguida no defensor que mandou para longe o perigo.
A chance do título, a melhor da prorrogação, veio para os
pés do atacante Palácio que não soube aproveitar. Em lançamento longo, o
jogador dominou no peito, colocou a bola no chão e tentou o toque por cima de
Neuer, mas não acertou a direção e a bola foi direto para fora. A jogada levou
Sabella à loucura no banco de reservas.
O jogo se encaminhava para uma disputa dramática nos
pênaltis, mas no banco de reservas estava a solução para pôr fim ao jejum de
títulos alemão. Schurrle fez a jogada pelo lado esquerdo do ataque, cruzou
forte para Götze dominar no peito e chutar sem que a bola tocasse o chão, aos
oito minutos do segundo tempo da prorrogação. Daí em diante, foi só esperar o
apito para soltar o grito de tetracampeão.
Alemanha conquista a copa do mundo 2014
Reviewed by Francisco Júnior
on
19:55
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