Uma onda de protestos nas
principais capitais do país marca o início da noite desta segunda-feira. Além
de Porto Alegre, onde ativistas se reúnem no Centro, há manifestações em São
Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Natal, Belém, Salvador, Maceió e
Florianópolis.
Na capital paulista, o protesto organizado pelo
Movimento Passe Livre (MPL) começou por volta das 17h, no Largo da Batata, em
Pinheiros. Segundo a Polícia Militar, o ato reúne cerca de 65 mil pessoas,
segundo o instituto DataFolha — como se esperava, trata-se da maior desde
o início da onda de protestos pela redução da tarifa de ônibus, no dia 6.
Integrantes do MPL distribuem
folhetos com instruções de segurança no caso de prisões por parte da PM ou da
Polícia Civil. O informe relaciona os telefones para quem ligar no caso de
detenção, recomenda não assinar nada sem a presença de um advogado, filmar o
ato, gravar o nome dos policiais, ficar em silêncio na falta de um advogado e
não discutir com os policiais. O movimento disponibiliza ainda celulares de advogados
voluntários.
Em Brasília, manifestantes se concentraram na região do
Congresso Nacional. O protesto tem demandas diversas, como recursos para
educação, saúde, passe livre no transporte público, além de queixa contra os
gastos públicos na Copa das Confederações e na Copa de 2014. Com cartazes,
faixas e bandeiras do país, o protesto começou às 17h, no Museu da República, no
início da Esplanada dos Ministérios. Por volta das 19h, manifestantes subiram a
rampa do Congresso.
No Rio, o ato tomou praticamente toda a extensão da
Avenida Rio Branco, no trecho da Candelária à Cinelândia. Várias palavras de
ordem foram entoadas — entre elas, as que pedem a redução da tarifa, como
"Olê, olê, olá. Se a passagem não abaixar, o Rio vai parar". Segundo
a Coope/UFRJ, cerca de 100 mil pessoas participam da manifestação.
Um grupo de 60 advogados se pôs à
disposição dos manifestantes para agir em caso de prisões arbitrárias. Vinte
estudantes de medicina vestindo jalecos se prontificaram a dar atendimento a
eventuais feridos.
O número de manifestantes seria
maior do que o do ato de quinta-feira, 13, mas ainda não foi feita uma
avaliação oficial da PM. Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj),
que foi alvo de pichações no último ato, cerca de 50 cavaletes foram postos,
preventivamente, pela polícia, com o objetivo de proteger o prédio histórico. O
centro teve reforço de policiamento desde o início da tarde.
Belo Horizonte
A tropa de choque da Polícia
Militar (PM) disparou bombas de gás lacrimogênio para dispersar os
manifestantes que se agrupavam na Avenida Antônio Carlos, perto da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
A marcha teve início na Praça
Sete, no centro da cidade, e o confronto entre policiais e manifestantes
começou pouco depois das 17h. Informações preliminares dão conta de que, depois
que a ação da PM começou, os manifestantes revidaram arremessando pedras e
colocando fogo em alguns objetos na avenida. Ainda não há confirmação sobre
feridos. O motivo do conflito também não foi esclarecido.
Curitiba
Curitiba
Um grupo de aproximadamente 5 mil
manifestantes, segundo cálculos da Polícia Militar, iniciou às 18h uma passeata
pelas ruas centrais de Curitiba, no Paraná, contra os reajustes das tarifas de
ônibus que passaram de R$ 2,60 para R$ 2,85 nos dias comuns e de R$ 1,00 para
R$ 1,50 aos domingos. A pauta das manifestações, porém, foi estendida contra
ações da Prefeitura e a corrupção. Além de Curitiba, as cidades de Londrina,
Ponta Grossa e Cascavel também promoveram manifestações.
Salvador
Salvador
Cerca de 5 mil pessoas se reúnem
na noite desta segunda-feira no centro financeiro de Salvador, de acordo com
cálculos da Polícia Militar (PM). O grupo segue pela Avenida Tancredo Neves,
que reúne a maior concentração de escritórios da capital da Bahia, e segue para
a Estação de Transbordo, onde os manifestantes pretendem embarcar gratuitamente
em ônibus.
Maceió
Em Maceió, cerca de 800
manifestantes se reuniram na praça Centenário, no bairro Farol, e seguiram em
direção ao centro da cidade. A estimativa é da Polícia Militar. Alguns
manifestantes empunham cartazes com a inscrição "se a tarifa não baixar,
Maceió vai parar". No início de junho, a tarifa foi reajustada de R$ 2,30
para R$ 2,85 na cidade. No entanto, uma decisão judicial suspendeu o reajuste
até 1º de julho.
Belém
Um total de 10 mil manifestantes,
segundo a Polícia Militar, tomou as ruas dos bairros de São Braz e Marco, em
Belém, no Pará, protestando contra as obras do BRT, um projeto de R$ 450
milhões que pretende oferecer serviço de ônibus de transporte rápido em faixa
exclusiva, mas que se arrasta há mais de um ano e prejudica o trânsito na
principal avenida de entrada e saída da cidade, a Almirante Barroso. Os manifestantes
também levaram cartazes contra a corrupção e o caos na saúde pública na capital
paraense, além da criminalidade. Segundo os organizadores e policiais, nenhum
caso de violência foi registrado.
Fortaleza
Cerca de 500 estudantes
protestaram defendendo o passe livre em Fortaleza, no Ceará. A polícia
monitorou, mas não houve confronto. O movimento vai se engajar na
quarta-feira, no início da tarde, ao protesto "Circo não, pão sim" em
repúdio aos gastos com a Copa de 2014. Esse protesto vai tentar se dirigir à
Arena Castelão, onde acontecerá às 16h o jogo entre Brasil e México pela
Copa das Confederações.
Protestos tomam as ruas das principais capitais do Brasil
Reviewed by Francisco Júnior
on
17:15
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