Jornalista, comentarista de
economia e política do Grupo Bandeirantes, Joelmir Beting morreu na madrugada
desta quinta-feira (29) à 0h55, em São Paulo. Ele sofreu um acidente vascular
encefálico hemorrágico no domingo, considerado "irreversível". A
notícia foi confirmada pelo filho Mauro Beting no Twitter, que escreveu:
"Um minuto de barulho por Joelmir Beting." A assessoria do hospital
Albert Einstein, onde ele estava internado, também confirmou a morte. O corpo
será velado na manhã de quinta-feira, a partir das 8h, no Cemitério do Morumbi,
local próximo ao hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista. O
enterro será restrito a familiares e está previsto para as 14h.
O jornalista de 75 anos estava internado desde 22 de outubro por causa de complicações
renais, resultantes de uma doença autoimune. O quadro se agravou após o
acidente vascular hemorrágico, que o deixou em coma e respirando com ajuda de
aparelhos.
Em texto publicado no blog do diário Lance! , Mauro homenageou o pai,
dizendo ter tomado conhecimento da notícia à 1h15. "A ausência dele não
tem nome. Como jamais saberei escrever o que ele é", relatou o filho. Ele
estava trabalhando na Rádio Bandeirantes quando recebeu a notícia e a veiculou
ao vivo.
“Eu acho que eu aprendi com ele a ter prazer por trabalhar e trabalhar sempre”,
falou Mauro. “Alguém tinha que dar essa notícia e eu achei que devia ser eu”.
Mauro e Erich Beting, sobrinho do jornalista, agradeceu pelas mensagens de
apoio no Twitter.
Desde que retornou à Bandeirantes, em março de 2004, Joelmir participava
diariamente do "Jornal da Band" e do "Primeiro Jornal". Foi
âncora do "Canal Livre", apresentado aos domingos, e fez comentários
diários no canal BandNews, além dos programas "Jornal Gente" e
"Três Tempos", na Rádio Bandeirantes. Na TV, também trabalhou na
Gazeta, Record e Globo --nesta última, de agosto de 1985 até julho de 2003--,
passando pelo "Espaço Aberto", na Globo News.
Trajetória
Nascido em Tambaú, no interior de São Paulo, Joelmir iniciou a carreira
jornalística como repórter esportivo nos jornais "O Esporte" e
"Diário Popular". Trabalhou também na Rádio Panamericana, que anos
depois se tornaria a Jovem Pan. Em 1962, já formado sociólogo, mudou de área,
passando para o jornalismo econômico, inicialmente na redação de estudos de uma
empresa de consultoria.
Em 1966, foi contratado pela "Folha de S. Paulo" para lançar a
editoria de Automóveis. Dois anos depois, tornou-se editor de Economia do mesmo
jornal, lançando uma coluna diária a partir de 1970.
A coluna tornou-se célebre por desmistificar a economia numa época de inflação
astronômica e reiteradas medidas desastradas do governo. É de lá que nasceram
alguns dos bordões de Joelmir, como "quem não deve, não tem" e
"na prática, a teoria é outra". Em 1991, entrou para "O Estado
de S.Paulo", onde sua coluna diária continuou sendo publicada,
ininterruptamente, até 30 de janeiro de 2004.
Também publicou os livros "Na Prática a Teoria é Outra" e "Os
Juros Subversivos". Em coautoria com o cardeal Paulo Evaristo Arns e João
Pedro Stédile, ele lançou o livro "Igreja, Classe Trabalhadora e
Democracia". Desde 2000, mantinha seu próprio site na internet, dedicado à
análise macroeconômica.
Homenagem
De acordo com o jornalista Leonardo Bertozzi, da ESPN Brasil, o Palmeiras vai
realizar uma homenagem a Joelmir Beting no próximo sábado. O assessor de
imprensa do Palmeiras confirmou que no sábado, antes do jogo contra o Santos, o
time entrará com uma camiseta para homenagear Joelmir Beting.
Morre o jornalista Joelmir Beting aos 75 anos em São Paulo
Reviewed by Francisco Júnior
on
09:16
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