As prefeituras paraibanas que não
se adequarem à Lei dos Resíduos Sólidos (12.305/2010) até o dia 2 de agosto
deste ano responderão por improbidade administrativa e estarão sujeitos a
processos criminais. A informação é do promotor do Meio Ambiente José Farias,
que acompanha a implantação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos em
23 municípios paraibanos. Na última segunda-feira, o deputado Manoel Júnior
apresentou uma emenda aditiva (nº 05) à Medida Provisória (MP) 651/2014, que
tramita no Congresso, propondo a prorrogação do prazo de implantação da Lei dos
Resíduos Sólidos por mais oito anos.
De acordo com o promotor José
Farias, o Ministério Público está auxiliando 23 municípios paraibanos na
implantando dos planos e no caso das prefeituras que não se adequarem até o fim
do prazo, os promotores de cada comarca vão promover ações por improbidade administrativa.
“O procurador-geral de Justiça também será provocado pelo MP para promover ação
por crime de responsabilidade, já que deixar de cumprir determinação de lei
federal tanto é crime de responsabilidade quando de improbidade
administrativa”, alertou Farias.
Os 23 municípios que estão
implantando nos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos em parceria com
o MP recebem orientação que vai desde o diagnóstico, passando por mobilização
social, educação ambiental, implantação de coleta seletiva, até a implantação
do aterro sanitário propriamente dito.
Segundo Farias, uma parte desses
municípios está sendo acompanhado desde o início do ano passado e o restante, a
partir de março deste ano. Farias ressaltou ainda que o MP não poderá mais
assumir compromisso com novas prefeituras, já que não há tempo suficiente para
fazer cumprir o que diz a legislação.
No caso dos municípios que estão
sendo acompanhados pela Promotoria do Meio Ambiente, será firmado um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) até o próximo dia 30 para implantação dos
equipamentos até o final deste ano. O Plano de Gestão é uma exigência da lei
12.305/10, que tem como objetivo garantir o destino correto ao lixo produzido
pelas cidades brasileiras e, com isso, promover um meio ambiente sustentável,
equilibrado e saudável a todas as gerações.
De acordo com o presidente da
Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, a
grande maioria dos municípios paraibanos não tem condição de se adequar à Lei
dos Resíduos Sólidos até o fim do prazo. “Essa lei foi criada pelo governo
federal e empurrada para os municípios goela abaixo. Alguns municípios, já por
conta da pressão, tentaram se mobilizar de alguma maneira, elaborando projetos,
fazendo consórcios, mas nenhum deles têm de executar. Por isso o movimento
municipalista se reuniu e foi buscar em Brasília a ampliação do prazo”, disse
Tota, ao se referir a uma reunião da Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
com o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na ocasião, o presidente da CNM,
Paulo Ziulkoski, pediu a prorrogação do prazo de aplicação de lei, que prevê,
entre outras medidas, o fim dos lixões. O deputado paraibano Manoel Júnior,
autor de uma emenda aditiva que pede a ampliação do prazo por oito anos, também
participou da reunião. “Nossa Paraíba é muito castigada com a seca que já torna
quase inviável a gestão dos prefeitos. E tanto os gestores estaduais como
municipais não têm como cumprir essa determinação somente com recursos
próprios. Sem financiamento do governo federal, fica inviável o cumprimento
dessa legislação atual”, disse o deputado.
Com Jornal da Paraíba
Prefeituras descumprem Lei dos Resíduos Sólidos
Reviewed by Francisco Júnior
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14:38
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