
A proposta que proíbe a aplicação
de castigos físicos em crianças e adolescentes (PLC 58/2014), que ficou
conhecida como projeto da Lei da Palmada, foi incluída entre os itens do
esforço concentrado que o Senado faz nesta semana e poderá ser votado na quarta-feira
(4). Antes, no entanto, a matéria precisa ser aprovada pela Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde tem a senadora Ana Rita
(PT-ES) como relatora, a não ser que haja requerimento de urgência para que
siga diretamente ao Plenário.
O PLC 58/2014 inclui dispositivos
no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para garantir o direito
da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos
físicos ou de tratamento cruel ou degradante. O texto define castigo como a
“ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte
em sofrimento físico ou lesão à criança ou ao adolescente”. O tratamento cruel
ou degradante é definido como “conduta ou forma cruel de tratamento que humilhe,
ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente”.
Segundo a proposta, os pais ou
responsáveis que usarem castigo físico ou tratamento cruel e degradante contra
criança ou adolescente ficam sujeitos a advertência, encaminhamento para tratamento
psicológico e cursos de orientação, independentemente de outras sanções. As
medidas serão aplicadas pelo conselho tutelar da região onde reside a criança.
Além disso, o profissional de saúde, de educação ou assistência social que não
notificar o conselho sobre casos suspeitos ou confirmados de castigos físicos
poderá pagar multa de três a 20 salários mínimos, valor que é dobrado na
reincidência.]
O projeto ainda prevê que a
União, os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão atuar em conjunto
na organização de políticas públicas e campanhas de conscientização sobre o
assunto.
O PLC 58/2014 gerou muitas
polêmicas ao longo dos quatro anos em que tramitou na Câmara dos Deputados,
pois muitos parlamentares consideravam que a proposta constituía uma
intromissão do Estado na vida da família. Além disso, o assunto divide as
opiniões de psicólogos e especialistas em educação infantil: alguns, favoráveis
ao projeto, invocam a necessidade de defender os direitos das crianças; outros
reclamam aprimoramentos no texto, por entenderem que há situações específicas
em que caberia, sim, aos pais dar palmadas em seus filhos. A aprovação
aconteceu após acordo na Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania
(CCJC) da Câmara, com a definição mais clara do que é castigo físico.
Neste ano, a Lei da Palmada
passou a ser chamada também de “Lei Menino Bernardo”, em referência ao garoto
Bernardo Boldrini, assassinado no interior do Rio Grande do Sul – a polícia
suspeita que o crime tenha sido cometido pela madrasta e pelo pai.
Fonte:
http://portogente.com.br/noticias-do-dia/senado-pode-votar-lei-da-palmada-nesta-semana-82319
Lei Menino Bernardo prevê novas atribuições ao Conselho Tutelar
Reviewed by Francisco Júnior
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