Palocci nega tráfico de influência e descarta crise

Em entrevista na noite desta sexta-feira (3), o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, afirmou que assume toda responsabilidade de responder às acusações sobre sua evolução patrimonial. Ele negou, porém, que haja uma crise no governo federal e disse que, a exemplo do que ocorre com todos os outros ministros do governo, seu cargo está à disposição da presidente Dilma Rousseff.

Entenda o escândalo envolvendo Palocci

- Não há uma crise no governo, há uma questão em relação à minha pessoa, eu prefiro encarar assim e assumir a responsabilidade que tenho nesse momento de prestar as informações aos orgãos competentes e dar as minhas explicações. É uma coisa que cabe a mim. Não há crise no país. O governo toca a sua vida, trabalha intensamente. Há uma questão dirigida à minha pessoa, com forte intensidade, com forte conteúdo político.

O ministro negou ter atuado em setores da economia que pudessem ser beneficiados pelo governo e disse que não praticou tráfico de influência. Além disso, assegurou que sua consultoria não representou companhias privadas em negociações com órgãos públicos.

- Não há coisa mais difícil que provar o que você não fez. Eu não fiz tráfico de influência, não fiz atuação junto a empresas públicas representando empresas privadas. Como eu provo isso? Tem que existir boa-fé nas pessoas. Por isso a lei diz que, quando há uma acusação, isso precisa estar acompanhado de provas. 

Questionado se acha que tem condições de continuar no governo, Palocci disse que seu cargo, bem como os de todos os outros ministros, está à disposição de Dilma.

- A presidente Dilma tem o meu cargo e de todos os ministros. Não chegamos a conversar sobre esse assunto, mas não é isso que me prende ao governo. Estou aqui para colaborar com a presidente. Faço minha atuação no governo. Tudo o que fiz na iniciativa privada , prestei contas relativas a isso, estou muito tranquilo e seguro em relação aos procedimentos que tive.

Ao falar sobre o faturamento de sua consultoria, Palocci explicou que, em 2010, encerrou a atividade da empresa e, por isso, recebeu pagamentos que estavam em aberto. Isso justificaria os ganhos acumulados no fim do ano passado, quando ele já coordenava a equipe de transição do governo.

O ministro ressaltou, no entanto, que não irá expor a lista de seus clientes. Segundo ele, a consultoria trabalhava para empresas do setor da indústria, serviços financeiros, mercado de capitais, bancos e fundos de mercados de capitais e empresas de serviços em geral.

- Encerrei as atividades [da consultoria] em dezembro [de 2010]. Todos os contratos foram encerrados em dezembro. [Contratos de anos] foram quitados naquele momento. Por isso existe um volume grande no mês. Agora a empresa não tem mais nenhuma arrecadação, nenhum valor.

O ministro disse que os dados sobre sua empresa não são secretos e que todas as informações legais foram passadas à Receita Federal e à CGU (Controladoria-Geral da União) que, segundo ele, não encontraram irregularidades.

- A informação será dada aos órgãos de controle. Nenhuma informação da minha empresa é secreta. Não estou dizendo que não darei informações, todas as informações estão nos órgãos públicos e serão enviadas à CGU. Toda a vida da minha empresa estará disponível aos órgãos de controle.

Por fim, Palocci negou qualquer possibilidade de o lucro de sua empresa ter sido usado em campanhas políticas.
- Não existe nenhum centavo que se refira a campanha política.

R7
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