Enquanto a Justiça Eleitoral
inicia os preparativos com vistas ao pleito deste ano, em cerca de 50
municípios da Paraíba as eleições de 2012 ainda não “terminaram”. A expectativa
dos eleitos e derrotados ainda se volta para o julgamento de processos das
eleições para prefeito. Muitas ações ainda não foram apreciadas em primeira
instância, enquanto recursos aguardam julgamentos no Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-PB) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O corregedor do TRE, juiz Tércio
Chaves de Moura, disse que os julgamentos das ações referentes ao pleito de
2012 serão priorizados, mas respeitando a ampla defesa e sem atropelamento dos
prazos.
Um exemplo emblemático é em Barra
de Santana, no Cariri, onde o presidente da Câmara Municipal, vereador Amaury
Ferreira (PSD), governa o município desde 1º de janeiro de 2013 porque o TSE
ainda não decidiu pelo deferimento do registro de Joventino de Tião (PSC), o
candidato mais votado a prefeito na disputa contra Ana Ludgério (PSB). A sua
candidatura foi indeferida na Zona Eleitoral e no TRE por não comprovar o
domicílio eleitoral na cidade, inclusive Joventino não chegou a votar.
A defesa dele entrou com um
recurso no TSE, argumentando que ele mora na cidade, onde tem propriedade. O
julgamento já foi iniciado e está empatado. Os ministros Marco Aurélio de Mello
e Laurita Vaz votaram pelo indeferimento da candidatura, enquanto os ministros
Dias Toffoli e João Otávio de Noronha foram a favor do deferimento. O ministro
Henrique Neves da Silva pediu vistas do processo e deve apresentar seu voto
terça-feira. Na sequência, irão votar os ministros Gilmar Mendes e Luciana
Lóssio.
“A expectativa é de que a maioria
dos ministros do TSE vote pelo deferimento de minha candidatura e determine a
minha posse no cargo de prefeito de Barra de Santana, uma vez que fui eleito
pelo voto soberano da população”, afirmou Joventino.
Por sua vez, o advogado Daniel
Dalônio, que integra a assessoria de Ana Ludgério, acredita que o Tribunal
Superior Eleitoral vai julgar improcedente o recurso de Joventino de Tião e
barrar seu registro, a exemplo do juízo eleitoral de Barra de Santana e o TRE.
Caso seja anulada a votação de Joventino, haverá uma nova eleição. Já o
prefeito em exercício Amaury Ferreira torce para que o julgamento se prolongue
o máximo possível para ele continuar administrando a cidade.
DILIGÊNCIAS 'PROTELAM'
JULGAMENTOS
O corregedor do TRE, juiz Tércio
Chaves de Moura, disse que tem visitado as zonas eleitorais e constatado muitas
ações referentes ao pleito de 2012. “Os juízes revelam que os partidos e
candidatos envolvidos nas eleições municipais para prefeito e vereador pedem
diligências, apontam testemunhas que moram em outras cidades e a produção de
provas também demora. Estes prazos têm que ser respeitados”, esclareceu.
Tércio Chaves também ressaltou
que o direito à ampla defesa é assegurado pela Justiça Eleitoral. “Os juízes, o
TRE e o TSE estão priorizando os processos das eleições de 2012, mas
respeitando os prazos e sem atropelos para evitar novas demandas judiciais dos
envolvidos nas ações”, assinalou.
Já o presidente do Tribunal
Regional Eleitoral, desembargador Marcos Cavalcanti, recentemente sinalizou que
poderá haver eleições municipais na Paraíba com a cassação de novos prefeitos,
a exemplo do que aconteceu em Soledade. Naquela cidade, o prefeito José Bento
(PT) foi cassado e um novo pleito foi realizado, sendo eleito, Flávio Aureliano
(PTN).
“Já tivemos eleições em Soledade
e brevemente talvez em alguns outros municípios do Estado”, pontuou o
desembargador, que evitou adiantar nomes por conta dos julgamentos e por
questão de ética profissional.
Com JP Online
50 cidades paraibanas ainda estão com as eleições 2012 pendentes
Reviewed by Francisco Júnior
on
12:57
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