Presidente Fabio Nogueira
O Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) já está notificando os gestores de 284 órgãos do Estado e do Governo Federal (lotados da Paraíba), além das prefeituras, para que solucionem os casos de acúmulos de cargos ilícitos, identificados em levantamento realizado no final do ano passado. De acordo com o presidente do TCE, Fábio Nogueira, o ano eleitoral não irá prejudicar o trabalho e os casos podem ser levados para julgamento na análise das contas anuais. Já o ouvidor do TCE, conselheiro André Carlo Torres Pontes, acredita que em virtude das cobranças por solução dos acúmulos, os gestores deverão evitar as contratações que comumente ocorrem antes de eleições.
Levantamento do TCE-PB, divulgado
no final de novembro passado, revelou que 40.979 servidores do Governo do
Estado, prefeituras e Governo Federal possuem dois ou mais vínculos
empregatícios, entre eles, um servidor que trabalha em 10 órgãos diferentes. Do
total, 17.316 casos foram considerados ilícitos. Este foi o terceiro
levantamento elaborado pela Corte, mas, pela primeira vez, o tribunal resolver
abrir processos e notificar os gestores para a solução dos casos. Nas duas
primeiras ocasiões, os gestores receberam apenas recomendações.
“O levantamento teve o resultado
distribuído para os relatores dos municípios onde foram detectados os casos e
cada relator está procedendo no sentido de, primeiro dar ciência do achado, e
depois assinar prazos para as providências. Os casos mais complexos são de 90
ou 180 dias”, afirmou o presidente do TCE, conselheiro Fábio Nogueira.
Segundo o conselheiro André Carlo
Torres Pontes, o levantamento foi distribuído para seis conselheiros e cinco
auditores em todo o Estado, responsáveis pelos procedimentos nos municípios.
Nos casos de servidores que acumulam cargos em mais de um município, o processo
foi distribuído para a ouvidoria do TCE, para fazer uma triagem e evitar
conflitos com mais de um relator trabalhando no mesmo caso.
Os prazos que os gestores têm
podem ser de 30 a 180 dias, sendo definido de acordo com a complexidade de cada
caso e número de servidores envolvidos no órgão. Há casos de órgãos com mais de
mil acumulações, então cada relator é quem está decidindo o prazo para o
secretário, prefeito ou gestor do respectivo órgão. O processo orienta os
gestores a instaurar procedimentos administrativos e não condenar ninguém sem o
direito a defesa .
Segundo esclarece Fábio Nogueira,
os gestores não têm culpa sobre os casos de acúmulos ilícitos, pois ao
contratar um novo servidor, no ato de posse ele assina uma declaração dizendo
que não tem outro vínculo e que cumpre todas as exigências legais. Mesmo assim,
o presidente afirma que ao dar ciência dos casos, o gestor pode passar a ser
responsabilizado caso não encontre uma solução para o caso e ser penalizado até
mesmo com multas.
A solução para estes casos é uma
escolha. O gestor deve convocar os servidores para prestar esclarecimentos e
comprovar através da carga horária, que é possível exercer as funções. Nos
casos comprovadamente ilícitos, o servidor é obrigado a escolher apenas um dos
empregos. A não adoção destas providências enseja desde a aplicação de multa ao
julgamento irregular das despesas, a devolução de salários percebidos
irregularmente e o encaminhamento ao Ministério Público para o ajuizamento das
ações cabíveis. A partir daí é que, segundo Fábio Nogueira, o caso poderá
também ser julgado pela Corte do TCE-PB.
O presidente deixou claro ainda
que, mesmo sendo ano eleitoral, os processos não sofrerão nenhum tipo de
interferência quanto aos prazos e cobranças por soluções. “Nenhum processo
sofre solução de continuidade em função de ser um ano eleitoral”, disse.
E André Carlo Torres Pontes
complementou que estes processos deverão contribuir também para evitar as
trocas de votos por contratações de servidores neste período, uma vez que os
gestores estão sendo cobrados, justamente, para solucionar casos ilícitos. Ele
informou que um novo levantamento deverá ser realizado, ainda este ano, para
verificar a nova situação do Estado após a instauração destes processos.
Portal Correio
TCE notifica gestores de 284 órgãos por acúmulo de cargos
Reviewed by Francisco Júnior
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15:10
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