Apenas Gilmar Mendes votou a favor da criação do partido, entre os sete
ministros que participaram do julgamento
Marina Silva no plenário do TSE durante o julgamento, ao lado do advogado
Torquato Jardim (à esquerda) e o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) Givaldo
Barbosa/ O Globo
BRASÍLIA – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido de registro
do partido da ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade. Por 6 votos
contra e apenas um a favor – do ministro Gilmar Mendes, os ministros
indeferiram o pedido da legenda. Marina Silva agora tem 48 horas para decidir
se escolhe outra legenda para disputar as eleições de 2014 ou se recolhe e fica
fora do páreo no próximo ano. O deputado Walter Feldman (sem partido-SP)
afirmou ontem os aliados de Marinha já receberam sete propostas de legendas
dispostas a receber a ex-senadora.
A ministra Laurita Vaz apontou em seu voto a falta do número mínimo
necessário de assinaturas de apoiamento à criação da legenda.
- O fator tempo mostrou-se decisivo. Importante anotar que o tempo
impõe-se contra o partido. E não contra o Poder Judiciário – disse a ministra
ao finalizar seu voto contrário.
Marina Silva assistiu ao início julgamento quase em silêncio. A única
conversa foi no final do voto da relatora Laurita, quando ela sinalizava que
votaria contra.
O único ministro a votar a favor, Gilmar Mendes foi duro, e criticou o
trabalho da Justiça Eleitoral.
- Um modelo de casuísmo que nos enche de vergonha. Quem fala de
legalidade tem que invocar o princípio da proporcionalidade – disse. Não se
trata de dizer que vamos aceitar o partido com menor número. Trata-se de dizer
que nessa caso houve uma situação de abuso que justifica o reconhecimento
dessas assinaturas invalidadas sem motivação – disse Gilmar Mendes.
A última a votar, a ministra Cármen Lúcia rechaçou o argumento de Mendes.
Ela afirmou que a justiça agiu em conformidade com as leis.
- Eu acredito no servidor da Justiça Eleitoral. Mesmo sem as melhores
condições, os cartórios atuaram dando a resposta devida – afirmou a ministra,
que destacou que o processo transcorreu dentro da ética e que honrou a justiça
brasileira.
Antes mesmo do final do julgamento, o deputado Alfredo Sirkis lamentou a
decisão, mas disse não ter se surpreendido. Segundo ele, agora cabe à Marina
decidir se disputará a eleição de 2014 por outra legenda, para que cada um dos
que apoiou o projeto também se posicione.
- Para mim não foi nenhuma surpresa. Eu já imaginava esse resultado. Há
anos acompanho a forma cartorial como o tribunal atua, faz parte da nossa cultura.
O passo seguinte é a Marina dizer se pretende disputar a eleição presidencial
por outro partido. E cada um tomará sua decisão - afirmou Sirkis.
Antes dos ministros votarem, o procurador-geral Eleitoral, Eugênio
Aragão, disse que a Rede tem todas as condições de conseguir as assinaturas
necessárias para posteriormente criar a sigla, mas que agora ele se posicionou
contrariamente. O MPE deu parecer pelo indeferimento do pedido, por entender
que a legenda não atingiu o número mínimo de assinaturas (492 mil) para que
fosse criado. Na terça-feira, o MPE enviou parecer ao TSE contra a concessão de
registro ao partido. De acordo com Aragão, a legenda conseguiu validar 442.500
assinaturas.
O advogado da Rede, Torquatto Jardim, reforçou os argumentos que o
partido foi prejudicado com falhas do trabalho dos cartórios.
- Apoiamentos não certificados foram obtidos sem qualquer indícios de
fraude, com completa lisura - disse o advogado, denunciando a
"incapacidade geral do Estado" para analisar as assinaturas. -
Impressionante são as cerca de 95 mil assinaturas negadas sem fundamentação
alguma.
Segundo Marina Silva, o partido coletou 868 mil assinaturas e validou 550
mil assinaturas, número superior ao mínimo solicitado pela Lei Eleitoral.
TSE rejeita criação da Rede e sete partidos já assediam Marina Silva
Reviewed by Francisco Júnior
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22:25
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Um comentário:
QUERO FALAR QUE MARINA SILVA E IRMA EM CRISTO JESUS E NÃO CONCORDA COM PRATICAS DO ANTE CRISTO .
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