Para prolongar os efeitos dos
destilados, os jovens brasileiros têm utilizado, a combinação de energéticos e
substâncias alcoólicas. Não é incomum observar o consumo desenfreado dessa
mistura que, como conseqüência, potencializa o álcool no organismo e eleva as
chances do desenvolvimento de problemas cerebrais, além de doenças cardíacas
como a arritmia, crises de pressão alta e até mesmo a morte súbita.
“A associação entre bebida e energético funciona como uma bomba”, afirma o Dr.
Sergio Timermam, cardiologista do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das
Clínicas de São Paulo. O especialista revela que os fãs deste mix são,
especialmente, os jovens com o desejo de mascarar o gosto da vodca, por
exemplo, ou para prolongar a noite e manter a falsa sensação de “concentração”,
visto que a bebida é um estimulante que diminui o sono e aumenta a vigília dos
adolescentes.
Entretanto, é falsa a impressão de repentina energia que a substância provoca.
Ainda que o energético contenha propriedades estimulantes como a cafeína, os
efeitos da ingestão alcoólica continuam os mesmos, inclusive, com a diminuição
dos reflexos em decorrência do álcool. Outro debate que envolve os energéticos
se dá pela eliminação dos efeitos depressivos da bebida, o que é uma inverdade,
segundo o cardiologista. “Se uma pessoa já apresenta pré-disposição à depressão
ou já é diagnosticada com a doença, ela sofrerá os mesmos efeitos da mistura e
da patologia. O que muda é a ausência da lentidão provocada pelo álcool”,
justifica.
Alguns dos sintomas da explosiva combinação são indícios de alerta para aqueles
que consomem a bebida. Para aqueles que já apresentam uma sensibilidade à
cafeína, a probabilidade de aumentar a aceleração dos batimentos cardíacos,
episódios de pressão alta e até o mesmo óbito são as decorrências nocivas do
problema. Além do aumento da ansiedade, os jovens podem sentir insônia, dores
estomacais, tremedeira e até mesmo intoxicação por cafeína. Vale ressaltar que
para os indivíduos suscetíveis à mistura, qualquer quantidade da bebida pode
desencadear males à saúde.
É fato comprovado que qualquer excesso é prejudicial ao organismo e com a
junção do energético e álcool não é diferente. O abuso no consumo certamente
manifestará seus sintomas quase que imediatamente e o especialista alerta para
o consumo do energético não apenas com bebidas alcoólicas, mas com outras
drogas e lamenta esse comportamento do jovem. “Infelizmente essa associação vai
vitimar muitas pessoas, principalmente os adolescentes que bebem cada dia mais.
A família deve tomar uma atitude e proibir o uso de qualquer bebida danosa,
seja o energético ou o álcool”, diz o Dr. Sergio Timerman.
Se o estrago já foi feito e os sintomas de palidez, tremores, oscilação da
pressão ou aumento da frequência cardíaca não desapareceram, o jovem deve ser
encaminhado imediatamente ao atendimento profissional para que os especialistas
façam o prognóstico e direcionem o paciente à melhor forma de tratamento
imediata. Na maioria dos casos, os batimentos cardíacos e a pressão arterial
são controlados, mas os adolescentes saem do hospital com a recomendação dos
médicos para não mais fazer uso da combinação.
Diga não aos filhos
Mesmo que a comercialização do energético tenha sido aprovada em 1998 pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), alguns alertas estão
explícitos nas embalagens dos produtos, como a forte concentração de cafeína e
a recomendação para não misturar a substância com o álcool. Por isso, os
melhores orientadores nesses casos são os pais, que podem conversar e
direcionar os filhos e mantê-los sob controle e atentos aos males causados pela
combinação.
Vitrine do Cariri
Mistura de energético com álcool pode causar morte
Reviewed by Francisco Júnior
on
21:05
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